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Dor pós-cirúrgica e pós-traumática crônica

 A dor crônica pós-cirúrgica ou pós-traumática é aquela que surge ou intensifica após um procedimento cirúrgico ou lesão tecidual (incluindo traumas como queimaduras) e persiste para além do período de cicatrização, ou seja, por pelo menos 3 meses após a intervenção cirúrgica ou trauma. Essa dor pode estar localizada na região da cirurgia ou lesão, estar associada à inervação de nervos na área afetada, ou ser referida a um dermatomo (no caso de cirurgias ou lesões em tecidos somáticos profundos ou viscerais). Outras possíveis causas de dor, como infecção, malignidade, entre outras, precisam ser excluídas, assim como a dor que continua de um problema de dor preexistente.

Dependendo do tipo de cirurgia, é comum que a dor pós-cirúrgica ou pós-traumática seja neuropática. No entanto, é fundamental diagnosticar o tipo específico de dor. A origem pós-cirúrgica ou pós-traumática da dor deve ser altamente provável; caso contrário, considera-se a utilização de códigos na seção de dor crônica primária.

Alguns dos procedimentos cirúrgicos mais comuns associados à dor pós-cirúrgica crônica incluem cirurgia de mama (incluindo mastectomia com ou sem dissecção de linfonodos axilares, cirurgia estética), hernioplastia (cirurgia aberta ou laparoscópica), cirurgia torácica (incluindo procedimentos minimamente invasivos como cirurgia toracoscópica) e amputação de membro ou outro órgão. Em muitos casos, a dor pós-cirúrgica crônica pode ser de origem neuropática, com estudos indicando que, em média, cerca de 30% dos casos têm essa etiologia (com uma variação de 6 a 54% e mais).

A dor crônica também pode se manifestar após um trauma, com uma incidência relatada entre 46% e 85% após lesões múltiplas. Exemplos comuns incluem osteoartrite pós-traumática após lesões articulares, dor crônica após lesões agudas nas costas, síndrome do chicote cervical e dor crônica após queimaduras.

Mesmo que os mecanismos neuropáticos sejam importantes, é crucial diagnosticar adequadamente esse tipo de dor.

(SCHUG; LAVAND’HOMME; BARKE; KORWISI et al., 2019; TREEDE; RIEF; BARKE; AZIZ et al., 2015; 2019)